terça-feira, 12 de janeiro de 2010

HISTORIAL DE NHÔ SANTO AMARO


Com a mudança da sede de Santa Catarina para a Vila do Tarrafal, o Orago da Freguesia foi transferido da Igreja de Trás-os-Montes para a Vila do Tarrafal.

Nessa altura existia uma simples capela na Vila e dizem que Santo Amaro não queria ficar na Vila. E assim, o Santo fugia à noite e procurava o caminho para Trás-os-Montes, não conhecendo o caminho, saía e parava num pequeno vale, conhecido até hoje conhecido com o nome de “Covão de Santo Amaro”, situado junto das proximidades da actual residência do Presidente da República.

Ao amanhecer todos ficavam furiosos por falta da imagem no seu local e saíam à procura do mesmo, por todos os becos e belos da Vila e subúrbios, e quando o encontrava era levado de novo para o seu lugar divino e amarravam-lhe a uma corrente.

Santo Amaro é conhecido como um Santo de medo as pessoas, principalmente as mulheres que apanhavam purgas e tintureiras aos garotos pastores e os que iam tocar o sino.

Relatam as pessoas da Vila que a Igreja, à noite, ficava cheia de “finados” que acompanham as imagens sagradas. Por isso, os miúdos têm medo de entrar na Igreja.

É de se realçar até hoje o velho ditado que diz “SANTO AMARO É MAU PAI E BOM PADRASTO”. Dizem-se que os funcionários, transferidos para Tarrafal, vêm de mão gosto, mas, quando chega a hora de voltarem, já não quer sair do concelho, o quer dizer que é bem recebido e protegido pelo patrono, enquanto que os filhos Tarrafalenses não vivem bem.

Santo Amaro é só pa kenha ki bem???” É pa nôs tudo. Graças a Deus.

MPota.